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Covid 19, urbanização desigual e políticas públicas

A pandemia causada pelo perigo real do coronavírus mudou a vida de todos nós de forma dramática, mudando também nosso entendimento sobre interação social e sobre a necessidade de políticas públicas planejadas e assertivas.

Mesmo a Alemanha, um dos países mais ricos do mundo, com excelente sistema de saúde, adotou medidas de emergência, pois se não houvesse uma ação imediata e assertiva, os hospitais ficariam sobrecarregados e não conseguiriam atender a todos. 

Isso é prevenção e planejamento, pois em toda parte há milhares de pessoas contaminadas, milhares de mortos.

Nesse sentido, não podemos deixar de dizer que o reflexo de uma urbanização excludente e desigual, como tem sido nos países da América Latina, principalmente nas grandes cidades e metrópoles, contribuem sobremaneira para estes problemas como falta de oportunidade de qualidade de vida em geral.

Trabalho, escola, esportes, lazer, consumo e convívio…. tudo isso exige de nós e dos governantes o repensar de hábitos e valores. 

A falta de saneamento básico, por exemplo, é um gatilho para proliferação de epidemias e que perpassa as desigualdades e os territórios, atingindo a todos os moradores da cidade, não havendo muros em condomínios que os separe.

No momento, autoridades parecem preocupadas com a questão das favelas, aglomerações e moradores de ruas, onde o problema, com certeza, é maior e terá mais facilidade de propagação.

Porém, há tempos estamos assistindo a vários desastres como desabamentos e enchentes que vêm matando principalmente as pessoas mais vulneráveis. 

A prática política merece ser repensada!

Nesse instante, diante de tamanha tragédia para a humanidade, todos nós estamos preocupados sobre o que acontecerá. Estaremos seguros? Os hospitais terão leitos suficientes para atender a todos? A ciência terá tempo, recursos e agilidade para descobrir a cura?

Há necessidade de investimentos públicos constantes, em especial para projetos sociais, para esta população que mais precisa, pois os muros são só físicos. É hora de  repensar  prioridades. Parcerias entre governos e iniciativa privada, criatividade, uso da tecnologia para o bem, são ferramentas muito importantes e necessárias para a produção de espaços socioambientais mais justos. 

No entanto, verificamos que os investimentos neste tipo de política pública ainda são  insignificantes. Com programas de Habitação Social praticamente parados e economia gerada pela construção civil quase nula, temos como cenário uma roda que gira ao contrário. 

A responsabilidade do poder público não é apenas atender as  necessidades imediatas de corte de gastos, mas de pensar o futuro, planejar a constante melhoria das condições de vida de todos os cidadãos e cidadãs, buscando ações concretas que possam minimizar as desigualdades socioeconômicas, que resultem em mitigação de desastres ambientais e na  redução do déficit habitacional,  proporcionando assim, um mundo mais saudável.

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