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“Sem tolerância não pode haver paz”, afirma professor em live

“Precisamos entender o que é tolerância para poder superar os processos de intolerância.” Com essa afirmação o coordenador do Núcleo de Estudos e Programas em Educação e Direitos Humanos da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), professor Josué Adam Lazier, iniciou a palestra ‘Tolerância como vetor para a concretização da dignidade da pessoa humana’, transmitida no Instagram da Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba. A palestra foi realizada na tarde desta sexta-feira (8) e transmitida em formato de live, com a mediação da diretora da Escola do Legislativo, a vereadora Nancy Thame (PV).Na palestra, o professor Josué Adam Lazier – que possui doutorado em Educação e também é conselheiro da Escola do Legislativo –  destacou os principais pontos da Declaração de Princípios sobre Tolerância da ONU (Organização das Nações Unidas), aprovada em 1995. De acordo com Lazier, a carta foi aprovada em um “contexto de intensificação da intolerância em relação aos grupos vulneráveis da sociedade de uma forma geral”.A tolerância como respeito, aceitação e apreço foi um dos pontos da declaração da ONU destacados pelo professor: “É aquele tipo de tolerância acolhedora que recebe o outro, que reconhece que o pensamento do outro, embora diferente do meu, é tão importante como os pensamentos que eu carrego, por isso é uma tolerância” explicou. Para ele, a ideia de “respeito, aceitação e apreço” é um dos principais tipos de tolerância apresentados pela declaração.

O professor também destaca a tolerância como harmonia na diferença como um tipo ainda mais inclusivo. Segundo ele, a harmonia na diferença refere-se a uma sociedade que é diversificada, mas o respeito às diferenças “dão fundamento à tolerância” para que haja uma convivência de “acolhimento do outro”, sobretudo como manifestação por meio de “diálogo e de convivência”. Para Lazier, nesse tipo de tolerância não há espaços para “posicionamentos absolutistas, dogmatismos, movimentos que vão negar os direitos humanos e os direitos fundamentais do cidadão.”

Já a tolerância como sustentáculo dos direitos humanos e da democracia “valoriza a possibilidade de as pessoas se relacionarem no seio da sociedade sem superioridade, mas numa relação de equilíbrio”, definiu Josué Lazier. Ele explicou que todos têm direitos universais e todos são iguais perante a lei e, por esse motivo, todos são iguais perante a perspectiva da dignidade humana.

PAPEL DO ESTADO – Outro ponto importante dos Princípios sobre Tolerância da ONU, segundo Lazier, é o papel do Estado de combater toda intolerância que “marginaliza, discrimina, traz preconceitos e agrega violências e destruição.” Para ele, esse combate deve ser feito por meio de leis e de politicas públicas. “Sem tolerância não pode haver paz, sem paz não pode haver desenvolvimento nem democracia”, afirmou.

Para o professor, também é papel do Estado promover uma educação qualificada, pois é o meio mais eficaz para se educar para tolerância. “Se nós queremos uma sociedade com noções de cidadania, uma sociedade que se organiza a partir da tolerância, a educação é o principal meio para isso”, concluiu.

 

Texto:  Daniela Teixeira – MTB 61.891 (Câmara de Vereadores de Piracicaba)

Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues – MTB 23.343 (Câmara de Vereadores de Piracicaba)

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