Árvores representam a maturidade dos jardins. Elas não podem ser esquecidas no projeto paisagístico. Assim, sempre que houver espaço, deve-se priorizar o seu uso.
Para nós, seres humanos, as qualidades interiores vão se sobressaindo, afirmando-se sobre as características físicas, com o passar dos anos. A velhice é resultado da maturidade e pode aprimorar nossas qualidades, dando-nos a capacidade de compreensão.
Da vegetação utilizada nos jardins, as árvores são as que mais vivem e se transformam. Mudam o cenário e geram novas relações entre as plantas. A beleza vem com a idade e quanto mais antigas, mais chamam a atenção pelo porte, floradas ou pela textura das folhas e do caule. Parecem acumular beleza e sabedoria.
No estudo inicial de um projeto, chamado de estudo preliminar, é necessário que se faça o inventário da vegetação existente no local. O critério vale para espaços privados e públicos. Deve-se privilegiar o que já existe, ao invés de simplesmente arrancar ou transplantar. Baseado nas expectativas e aspirações dos usuários, define-se o programa a ser atendido.
Árvores devem ser respeitadas. Quando já existem no terreno, os projetos ficam ainda melhores. Quando não existem, mas há espaço para o plantio, é necessário analisar o tipo de árvore que atenderá melhor o projeto. Formato da copa, florações, porte, beleza do tronco e densidade das folhas são algumas das características que influenciam a escolha. É importante também valorizar a flora nativa.
Ipês têm forma ovalada, flamboyans parecem sombrinhas gigantes e as quaresmeiras são arredondadas. A floração também é decisiva para a escolha da árvore. A imagem dos ipês floridos é exuberante, os jacarandás, com suas flores azul-violáceas, também são inesquecíveis.
Decisivo também é o porte da árvore. Precisamos levar em conta a altura em relação à fiação elétrica, por exemplo. O sistema radicular influi no que diz respeito às edificações e tubulações, para não causar rachaduras ou entupimentos. O tamanho das folhas deve ser considerado quando estão próximas de calhas ou piscinas.
Isoladas ou em grupo, modificam o ambiente. Se isoladas, merecem posição estratégica. Em grupo, oferecem o efeito de bosques e podem ser utilizados, por exemplo, como pano de fundo, que é o caso dos jardins de influência inglesa. Em projetos maiores, o foco pode ser outro, como mata ciliar, contenção de erosão, barreiras quebra-vento ou contra ofuscamento noturno e na arborização de rodovias.
Existe também uma grande tendência quanto à utilização de frutíferas. É interessante o uso, pois além do prazer de se poder comer o fruto no pé, são bonitas e podem atrair pássaros, como é o caso das pitangueiras.
Enquanto a vegetação anual utilizada nos projetos, como é o caso de muitas forrações, pode ser trocada a qualquer momento, as árvores são plantadas para uma convivência de muitos anos. Precisam, por isso, ser cuidadosamente escolhidas, para que possamos delas usufruir, em toda sua plenitude.